sábado, 1 de setembro de 2012

Passageiros da Chuva 

Meu pai fora um homem intolerante e cruel, até certo ponto. Sempre me obrigou a desempenhar serviços além de minhas possibilidades e exigiu uma capacidade não condizente com o que se poderia esperar de um garoto como eu. até minha adolescência.
    Foi difícil sobreviver à dominação. 
    Foi desse jeito também que me obriguei a não fugir dos galanteios de gostosas morenas da fazenda e, posteriormente, das garotas do bairro onde morávamos, em Governador Valadares.  Mas, dentro de mim, uma força maior convidava a outros tipo de  experiências. Eu morria de paixão por um colega de classe era maluco pelo professor de biologia. Mas tinha de ser macho e não poderia envergonhar meu pai.
    O tempo se encarregou de tudo, de maneira adequada e segura: no ano de 79 a cidade fora inundada, em parte, por forte enchentes. Eu Morava na ilha e tive de desocupar. Terceira noite sem  dormir, fui para o galpão construído pela polícia militar e que abrigava, ainda , pouco mais de dez pessoas. Naqueles dia a chuva amainou. Um tenente, vindo da cidade vizinha, foi para lá, ficando em estado de alerta durante a noite e acompanhando os flagelados. Eu, sem sono, fui para sua sala, onde havia um sofá. Recostei-me. O tenente, à vontade, sentou-se sobre a mesa e conversava comigo  sobre futilidades. Mostrou-me um pequeno a álbum de fotografias suas. Quase todas em trajes e banho, mostrando seu corpo cheio de sol, bronzeado, seus lisos cabelos, seus cativantes e esverdeados olhos, seus sorriso matreiro e doce. 
    Teci-lhe elogios bem desenvolvidos a respeito de seu porte atlético e de seu jeito doce de ser. Ele me fitou nos olhos, pedindo que continuasse que eu falasse mais. Assim foi,  até que ficou de pé e me tomou pelas mãos. Levantou-me e nos tomamos, um nos braços do outro. Deitamo-nos ao sofá. O telefone estava mudo e isso era bom. Ele, já experiente, domesticava meus desejos ariscos, meus impulsos podados, e, noite afora, aprendi a beijar outro homem.
    Muito carinhosamente, buscando a posição de 69 veio desenhando meu corpo com seu bastão vermelho, acarinhando meu peito, apalpando o meu rosto e aninhando a rola em meus  lábios.
    Fomos À pia e improvisamos um banho. Novamente deitados, o tenente  posou a cabeça em meu colo. Sua boca alcançou meu membro. Mais uma vez o toque suave de seus lábios e uma leve cócega de seu louro bigode alertar-me o instrumento já irrequieto. Contemplando minha estaca duríssima, o tenente acocorou-se sobre o meu ventre e sentou-se sobre ela. Sua bunda era lisa, quente,arredondada e apetitosa. Com jeito, o tenentinho ia deixando aninhar tudo dentro de seu botãozinho em brasa.
    Debrucei-o sobre um improvisado carpete. À vista daquela bunda gostosa, aquela carne em tempero, enlouquecido enterrei-lhe o cacete na bunda. Ele gemia como uma cadela enrabada. Aumentei o ritmo. Meu saco batia forte e acelerado sobre sua bunda. Meu cacete enterrava até  a raiz. Apertei-me contra seu corpo. Mordi-lhe o pescoço e tornei-me  bicho do mato.
    Demos um tempo e voltamos à trocar beijos. Agora ele tentava  me fazer a cabeça de outro modo. Queria romper meu cabacinho a muitos anos conservado, lacrado e carimbado. Meu rabo ardia, eu tinha um certo receio, mas, até hoje, sou mais chegado a um rabinho empinado, o que me dá mais campo para agir, empregar todas  as técnicas  para fazer feliz  meu parceiro. O telefone tocou. Ele foi chamado às pressas. Uma Represa havia desabado e complicou tudo. A ilha ficou toda inundada. 
    Não tivemos mais oportunidade nos dias subsequentes.
    Contento-me, mesmo assim, pois na  seguinte, programei  um acampamento, onde eu e Jader, meu vizinho mais próximo, passamos três dias. 
    Ensinei-lhe com quantos paus se faz a canoa e, desde então, só guardo do tenente uma bonita  lembrança, porque eu e Jader estamos sempre nos encontrando.  Conversa vai. conversa vem, a gente agita um programa. Vez por outro encontro um casal, um viajante, um moreno do Norte, um louro do Sul, um grande amor passageiro È  assim que pego o próximo trem; o próximo vôo;  o próximo lance. Vamos nós?